A região dos Países Baixos era, até finais do século XVI, constituída por países sem independência, subordinados à Casa da Áustria e Espanha. Após ganharem o direito à sua independência, uma dessas repúblicas – a Holanda – sofreu um acentuado crescimento demográfico, económico, político, social e comercial. Numa época de crise para os restantes países europeus e depois da Reforma Protestante, este país recebeu cidadãos que haviam fugido da perseguição da Igreja Católica. Entre eles, encontravam-se os judeus, povo que tinha possibilidades económicas e investia muito na área comercial. Este facto acabou por ser um dos motivos para o grande progresso que a Holanda conheceu.
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Mapa da Holanda, na época |
Vigor de Amesterdão; controlo do comércio europeu; constituição de uma rede de feitorias e de tráficos ultramarinos
Tendo uma superfície pequena e as suas planícies alagadas pelas águas do mar, a Holanda necessitou de investir no seu desenvolvimento técnico para criar mecanismos que pudessem resolver este problema, aumentando assim a produtividade agrícola, para dar resposta às necessidades crescentes que se faziam sentir devido ao aumento demográfico do país. Este objectivo foi cumprido com a construção de moinhos de drenagem e de um complexo sistema de diques e canais para controlar a água que alagava os pólderes.
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Moinho de vento do séc. XVII |
A Holanda introduziu novos progressos na área da agricultura, como a rotação contínua de culturas, em substituição do cultivo trienal, utilizado no resto da Europa. Começaram a plantar novas culturas, como por exemplo, o trevo e o algodão e desenvolveram a criação de gado. Também se deu um grande avanço na indústria manufactureira. Esta indústria estava altamente desenvolvida e abrangia já vários ramos de produção: têxtil, instrumentos de precisão, cartas e mapas náuticos, metalurgia, produção de papel, etc. Os Holandeses investiram também bastante na indústria naval, com o objectivo de se lançarem na expansão ultramarina: melhoraram as técnicas utilizadas pelos povos ibéricos e construíram novos tipos de embarcação, criando assim a maior frota do Mundo no século XVII. A indústria das pescas acabou por revelar-se fundamental à economia holandesa, dado o facto de que lhes era permitido exportar o peixe para os países católicos, onde era proibido comer carne nalgumas alturas, devido à religião. Finalmente, os holandeses apostaram em novas fontes de energia, como o vento (moinhos).
O país concentrava muita da sua população nas cidades, especialmente Amesterdão, e a sua estrutura social era ligeiramente diferente do resto da Europa, porque a nobreza era bastante reduzida e a maior parte da população pertencia à burguesia.
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